“Reabram-me, porra!”: faixa exige reabertura da linha do Douro até à fronteira

Estação de Barca D'Alva
Foto por Vou ali | Facebook
Uma faixa colocada na estação de Barca D’Alva onde se lê “Reabram-me, porra” resume a exigência da reabertura da linha do Douro entre o Pocinho e a fronteira com Espanha. A reabertura foi aprovada por unanimidade na Assembleia da república há dois meses.

O troço ferroviário entre Pocinho e Barca d’Alva foi encerrado há 36 anos. A sua estação fronteiriça abandonada, onde foi colocada a faixa, é o símbolo do abandono a que, primeiro a CP, mais tarde a Refer e agora a IP, têm relegado aquele complexo ferroviário, associa um artigo de Carlos Cipriano no Público, descrevendo que no local se encontram placas de fibrocimento com amianto partidas e espalhadas pela plataforma.

Há dois meses foi aprovada por unanimidade na Assembleia da República a reabertura da linha, no seguimento de uma petição popular com 13.999 assinaturas, que, caricatamente, tem como primeiro subscritor Miguel Cadilhe, antigo ministro das Finanças, que em 1985, no Governo liderado por Cavaco Silva, assinou o encerramento da linha em Conselho de Ministros, mas agora diz que foi enganado porque julgava que se tratava de um encerramento provisório.

O prolongamento da Linha do Douro até Espanha, com a reabertura do troço entre Pocinho e Barca d’Alva, seguindo depois até La Fuente de San Esteban, permitiria unir quatro locais classificados pela UNESCO como Património da Humanidade: o Porto, o Douro Vinhateiro, as pinturas rupestres do Côa e Salamanca.

Em Barca d’Alva, o edifício de passageiros incluía “a sala de espera, o gabinete do chefe de estação, a bilheteira, a área dos telefones, a zona dos despachos de mercadorias, as instalações da Guarda Fiscal e da Pide”. Perto das linhas ainda existem as casas dos ferroviários e o depósito de locomotivas. A faixa “Reabram-me, porra!” foi colocada no edifício em madeira do armazém das mercadorias.

Segundo o artigo do Público, a analogia  com o “Construam-me, porra”, do Alqueva, “é óbvia”. A reivindicação alentejana foi concretizada, com as obras a começarem no ano seguinte à pintura da frase, e desta forma se recordam os anos de estudos e promessas, avanços e recuos, no projeto de reabertura da Linha do Douro entre Pocinho e a fronteira, troço encerrado em 1985.

 

 

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