A votação para o Parlamento Europeu terá lugar dentro de dias. Para muitas pessoas não será clara a importância de votar. Os cidadãos e cidadãs ao não participarem, manifestam de alguma forma a descrença nas instituições europeias.
A Europa da finança impõe medidas austeritárias como o Tratado Orçamental que, sem o aval dos povos, aprofundam desigualdades entre os países membros da UE e cerceiam direitos sociais. Por seu turno a gestão nacional dos fundos comunitários não tem promovido a coesão territorial.
A Europa da finança, que põe em causa o Estado social e os direitos dos cidadãos e cidadãs e coloca os grandes interesses económicos à frente do ambiente, permitindo a venda e utilização de fitofarmacêuticos perigosos para a saúde humana e animal como o glifosato, é a responsável pela crescente descrença das pessoas e pelo aproveitamento que dele fazem os populismos.
Neste contexto, grandes são os desafios que se apresentam às forças de esquerda. Travar o ascenso da extrema direita e pôr cobro a políticas que submetem os países aos ditames da finança nacional e internacional.
Face a esta realidade é preciso falar claro. Não há outro caminho. Não se pode estar com gregos e troianos. O discurso das meias tintas do costume, de que a solução está no cumprimento do Tratado Orçamental e de que o crescimento económico implica o adiamento do reconhecimento de direitos de quem trabalha só favorece os interesses financeiros.
Mas assim sendo, por que votar? O que é que a Europa tem a ver com o interior do país?! Muito! No dia 26 o nosso voto pode fazer a diferença!
Maria da Graça Marques Pinto nasceu em 1950.
Foi eleita para a Assembleia Municipal de Viseu em 2005 e integrou listas do BE para a Câmara Municipal e para o Parlamento.
Foi membro da Coordenadora Distrital de Viseu, da Comissão Política e da Mesa Nacional do BE.
É ativista na SOS Racismo.