Trata-se de medicamentos com efeito comprovado na diminuição da recidiva ou no aumento da probabilidade de sobrevivência de doentes oncológicos, ainda não comparticipados pelo Estado mas que já hoje são usados em diversos tipos de cancro em estados mais avançados. Estes medicamentos, que podem custar até cerca de cinco mil euros por mês e por doente, e que são usados quando ainda não existem metástases, dependem de uma autorização de utilização excecional, que tem vindo a ser negada aos médicos que a solicitam…
Segundo a Sociedade Portuguesa de Oncologia, ultimamente têm vindo a ser recusados mais pedidos, baseando-se o Infarmed no entendimento de que a diminuição de risco de uma recidiva metastática não é motivo suficiente para uma autorização excecional, uma vez que não configura um risco imediato de vida.
Claro que os médicos – e bem – têm uma leitura diferente. Para estes profissionais de saúde, qualquer recidiva metastática representa uma complicação muito grave à qual está – sempre – associado um sério risco de morte.
Sendo Portugal um exemplo de acesso aos melhores tratamentos na área da oncologia, o Infarmed afirma que a não autorização de determinados medicamentos nada tem a ver com questões financeiras. Mas termina dizendo que a utilização destes novos medicamentos não faz uma diferença dramática sobre a vida dos doentes pelo que, o que faz sentido é esperar pela avaliação fármaco-económica para ver se justifica mudar de medicamento. Remata afirmando que é necessário avaliar a eficácia, a toxicidade e o preço!
Afinal em que ficamos? Se não estão em causa questões económicas, porquê esperar pela avaliação fármaco-económica?
Como explicar a um doente oncológico, que um medicamento que lhe pode salvar, ou no mínimo prolongar a vida e evitar sofrimento desnecessário, lhe é negado por questões meramente economicistas?
Nós, doentes oncológicos, merecemos mais atenção por parte do Infarmed!
Nascido em Luanda - Angola em Junho de 1955. Em 1970 imigrou para a África do Sul, onde conclui o Ensino Secundário, e em março 1976 volta para Portugal, tendo fixado residência em Resende. Trabalhou como Técnico de Instalações Elétricas na Federação de Municípios do Distrito de Viseu entre 1977 e 1984, altura em que ingressou nos quadros de pessoal da EDP, onde se manteve até Fevereiro de 2008, tendo saído para a Pré-Reforma. Foi Presidente da Casa do Povo de Resende (IPSS) entre agosto 2002 e maio 2016. No âmbito do associativismo, faz ainda parte dos órgãos sociais da Associação de Karate Shotokan de Resende, do Clube de Natação de Resende e da Casa do Benfica em Resende. Foi vereador da Câmara Municipal de Resende, eleito nas listas do Partido Socialista, entre Outubro 2009 e Setembro 2017. Atualmente é membro da Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda.