Foto de Infarmed, I.P. | Facebook
O Infarmed tem vindo a negar a autorização de medicamentos oncológicos no tratamento de doentes com diversos tipos de cancro, o que pode vir a colocar em sério risco a vida desses mesmos doentes.
Trata-se de medicamentos com efeito comprovado na diminuição da recidiva ou no aumento da probabilidade de sobrevivência de doentes oncológicos, ainda não comparticipados pelo Estado mas que já hoje são usados em diversos tipos de cancro em estados mais avançados. Estes medicamentos, que podem custar até cerca de cinco mil euros por mês e por doente, e que são usados quando ainda não existem metástases, dependem de uma autorização de utilização excecional, que tem vindo a ser negada aos médicos que a solicitam…
Segundo a Sociedade Portuguesa de Oncologia, ultimamente têm vindo a ser recusados mais pedidos, baseando-se o Infarmed no entendimento de que a diminuição de risco de uma recidiva metastática não é motivo suficiente para uma autorização excecional, uma vez que não configura um risco imediato de vida.
Claro que os médicos – e bem – têm uma leitura diferente. Para estes profissionais de saúde, qualquer recidiva metastática representa uma complicação muito grave à qual está – sempre – associado um sério risco de morte.
Sendo Portugal um exemplo de acesso aos melhores tratamentos na área da oncologia, o Infarmed afirma que a não autorização de determinados medicamentos nada tem a ver com questões financeiras. Mas termina dizendo que a utilização destes novos medicamentos não faz uma diferença dramática sobre a vida dos doentes pelo que, o que faz sentido é esperar pela avaliação fármaco-económica para ver se justifica mudar de medicamento. Remata afirmando que é necessário avaliar a eficácia, a toxicidade e o preço!
Afinal em que ficamos? Se não estão em causa questões económicas, porquê esperar pela avaliação fármaco-económica?
Como explicar a um doente oncológico, que um medicamento que lhe pode salvar, ou no mínimo prolongar a vida e evitar sofrimento desnecessário, lhe é negado por questões meramente economicistas?
Nós, doentes oncológicos, merecemos mais atenção por parte do Infarmed!