As pessoas que não desistem

Quando o sol do amanhã não raiar
Porque privatizaram o sol

Quando amanhã não chover
E a seca for mais dura
Porque esgotaram o mundo

Quando houver medo de andar na rua
E em cada esquina – a insegurança
Porque muitas cores ferem os olhos de quem não vê

Quando uma casa, a saúde, a educação
Forem privilégios
Porque o mundo se foi fazendo para quem pode comprar o mérito

Quando o trabalho for cada vez mais um castigo
Uma escravatura disfarçada de obrigação de uma falsa moral
Quando o trabalho esgotante nos alienar
Quando o resultado desse trabalho pairar cada dia mais longe de quem o produz
Porque assim é.

“Vão mas é trabalhar” [que quando pensam e questionam incomodam]

Quando se apoderarem da semente do cravo
E a deformarem, conspurcarem, mutarem
Num símbolo transgénico

Haverá sempre outras sementes, outras flores
Haverá sempre a rua
Haverá sempre quem não desista

Obrigada pessoas que não desistem!

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Ativista. Formada em Antropologia. Deputada na Assembleia Municipal de Viseu pelo Bloco de Esquerda.

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O renascer da arte a brotar do Interior e a florescer sem limites ou fronteiras. Contos, histórias, narrativa e muita poesia.

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