O mês de março foi mês feminista no Interior do Avesso e recebemos vários contributos para a reflexão da ideia radical que as mulheres são gente.
Foi a 8 de março, Dia Internacional da Mulher, que Viseu e Vila Real se juntaram a muitas outras cidades e marcaram concentrações para assinalar o dia, ambas no âmbito da Rede 8M e da Greve Feminista Internacional. Os nossos parceiros da Plataforma Já Marchavas deixaram para reflexão “E se as mulheres pararem?”.
As Assembleias Municipais de Viseu e do Fundão saudaram estas iniciativas, aprovando votos apresentados pelas representantes do BE, Catarina Vieira e Cristina Guedes, em Viseu e Fundão respectivamente. Por sua vez, na Covilhã, a Coolabora assinalou o dia com arte.
Na Covilhã foram entregues galardões pela Coolabora às “Mulheres Notáveis”, nas áreas da ciência, cultura, desporto, cidadania, economia, educação e política.
Os nossos parceiros encheram o Interior do Avesso de reflexões e sugestões. Comecemos pelos contributos do Cinema 7.ª Arte:
- Cinema Português No Feminino: Muitos Dias Sem Deus – Um artigo onde é uma breve abordagem da história do cinema português feminino.
- Dez Filmes Feministas Para Ver Neste Mês de Março [e nos outros meses todos] – São 10 sugestões muito variadas, desde clássicos, recentes, ficção, documentário e animação.
- Um Ano Sem Agnès Varda, Mas Com Um Legado Imprescindível – Um artigo sobre o legado da cineasta Agnès Varda, falecida em março de 2019. Fica a conhecer as obras que ficarão para sempre na história do cinema.
- “Hollywood – A Caminho da Igualdade” – Um Retrato Sobre a Igualdade de Género em Hollywood – a análise a um documentário sobre as desigualdades de género, com relatos das dos avanços e recuos dos direitos mulheres na indústria de Hollywood.
Os nossos cronistas também deixam algumas pistas para compreender as desigualdades, para desmistificar o termo “feminismo” e desconstruir os preconceitos a ele associados.
- Mulheres – Carolina Gomes
“Cresci e vivo em contextos de empoderamento, que sempre me fizeram sentir que poderia ser quem e como entendesse (…). Por isso continua a ser chocante cada vez que se torna óbvio que ainda não há igualdade de género plena. É chocante cada vez que esbarro com a realidade. Sou mulher. Enquanto tal faço parte de 53% da população. Então porque continuo a ser tratada como minoria social?”
- Porque as lutas não são todas iguais – Pedro Guedes Oliveira
“Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a votar em Portugal nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte em 1911.O Código Eleitoral determinava que podiam votar os portugueses “que soubessem ler e escrever” e os que “forem chefe de família”. Carolina era médica, pertencia a uma classe social privilegiada, sendo viúva era chefe de família, o que lhe dava o direito de votar.”
- Sou feminista! – Manuela Antunes
“Em jeito de homenagem a todas as mulheres e homens feministas, orgulhosamente reescrevo as palavras da viseense Beatriz Pinheiro (1872-1922), feminista, pedagoga, escritora, pacifista, professora e directora da revista Ave Azul, que lutou pela Identidade de Género e dos Direitos das Mulheres em Portugal”