Há muitos filmes feministas que poderíamos indicar pela ocasião. No entanto, selecionámos dez longas, entre documentário e ficção, para homens e mulheres verem neste mês de março:
“Seeing Allred” (2018), de Roberta Grossman e Sophie Sartain
Este documentário da Netflix acompanha a trajectória da advogada estadunidense Gloria Allred, que ficou famosa pelo trabalho ligado aos direitos das mulheres. Ela representa algumas das mulheres que acusaram o ator Bill Cosby de estupro e Donald Trump, presidente dos EUA, de assédio.
“As Sufragistas” (2015), de Sarah Gavron
O filme narra a luta das mulheres britânicas pelo direito de votar, conquistado em totalidade apenas em 1928, após conflitos com a polícia e o governo. Carey Mulligan é a protagonista, no papel de uma das integrantes do grupo, e o elenco conta ainda com Meryl Streep e Helena Bonham Carter.
“She’s Beautiful When She’s Angry” (2014), de Mary Dore
Para o documentário que está na Netflix, a realizadora entrevistou mulheres que fizeram parte de diferentes grupos dentro do movimento feminista que abalou os EUA no fim dos anos 1960.
“Libertem Angela Davis” (2012), de Shola Lynch
Ao defender três homens negros feitos prisioneiros nos anos 70, a professora de filosofia Angela Davis é acusada de organizar uma tentativa de fuga e sequestro que levou à morte de um juiz e quatro detentos. Nesta época, ela se tornou a mulher mais procurada dos EUA. Angela Davis é um símbolo da luta pelo direito das mulheres, dos negros e dos oprimidos.
“Persépolis” (2007), de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud
Animação baseada no romance gráfico e autobiográfico de Satrapi. Conta a história de uma rapariga que cresce no Irão durante a Revolução islâmica. Sua vida muda quando os fundamentalistas tomam o poder, forçando as mulheres a usar o véu e prendendo milhares de pessoas.
“O Piano” (1993), de Jane Campion
Retrata a história de uma mulher muda que em 1850 é enviada para a Nova Zelândia para um casamento arranjado. A realizadora neozelandesa é uma das cinco mulheres a serem nomeadas ao Óscar de melhor realização.
“Orlando” (1992), de Sally Potter
Inspirado na obra de Virginia Woolf, o filme acompanha Orlando (Tilda Swinton), membro da nobreza inglesa que atravessa séculos mantendo-se jovem. Após participar por 400 anos da história da Inglaterra como homem, Orlando passa a ocupar o corpo de uma mulher.
“Thelma & Louise” (1991), de Ridley Scott
Esta longa-metragem tornou-se um marco na representação feminina em Hollywood. Em busca de diversão, a dona de casa Thelma (Geena Davis) e a atendente de mesa Louise (Susan Sarandon) pegam a estrada, mas tudo fica complicado quando elas começam a ser procuradas pela polícia.
“Uma Canta, a Outra Não” (1977), de Agnès Varda
O filme se passa em Paris dos anos 1960, em que duas mulheres se tornam amigas. Pomme é aspirante a cantora e Suzanne está grávida e não tem condições de ter um terceiro filho. Pomme empresta dinheiro para Suzanne fazer um aborto ilegal, mas as duas perdem contacto. Após uma década, elas se reencontram em um protesto.
Bónus: ver também “Resposta das Mulheres: Nosso Corpo, Nosso Sexo”, curta-metragem documental de 1975, de Varda, em que um grupo de diferentes mulheres responde a várias questões que dizem respeito à posição que a sociedade as reserva.
“Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles” (1975), de Chantal Akerman
Acompanha a rotina de uma mulher, interpretada por Delphine Seyrig, que faz tarefas em casa e recebe dinheiro por sexo. Akerman realizou este filme quando tinha 25 anos.
Texto de Cinema 7 Arte, da autoria de Letícia Mendes (1 de Março de 2020)
Se disséssemos que éramos um bando de miúdos, um tanto sonhadores, que queriam fundar um site para escrever sobre cinema e que, por algum desígnio divino, pudéssemos fazer da vida isto de escrever sobre a sétima arte, seria isso possível? A resposta é óbvia: dificilmente. Todavia Isso não impediu o bando de criá-lo em 2008, ano da fundação do Cinema Sétima Arte. O espírito do western tinha-se entranhado em nós…
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