Se agora me aparece a escrita será por ser maldita
Dita por não dita e nunca foi escrita esta prosa que voa nas asas d’uma mariposa
Deixa ir, deixa voar a palavra bem lavrada sem ficar lavada pela madrugada.
Cheio de dor com a cabeça fora do pescoço procuro um osso na hora desacertada
Com o Universo que dá o regresso a um momento sem tempo de tempestade
Dentro do escuro o chão ficou duro e a almofada fugiu sem sair da cama.
Vivi o impossível no invisível no lugar de nós dentro da casca da noz
Onde passamos tormentas lamacentas até ao lugar sagrado sem grades.
Fiquei do teu lado a bater às portas do céu e dobrado no portão do paraíso
O coração batia na tua mão que deu vida ao nosso infinito
Desta escrita que nos embala o espírito.