consigo ainda sentir, por entre as sinapses,
retinir a sua beleza.
O poema, porém, não o recordo.
Era belo, sei-o, dos mais belos já esquecidos,
daqueles cuja beleza só pode inspirar-se nas musas,
inspirados, em ti, por ti e para ti, em mim.
Sim, assim tão belo. Como tu.
…
Na cabeça, restam-me fracções de um belo poema,
esquecido, como se esquecem as cousas belas
e inefáveis. Urente sentimento persistindo no oblívio,
urgindo o verbo amnésico da tua beleza.
Era um belo poema, sei-o. Que outro poema poderia ser,
se eras tu o poema?