Um poema esquecido.

Foto de Ricardo Lago | Flickr
Na cabeça, tinha um belo poema,
consigo ainda sentir, por entre as sinapses,
retinir a sua beleza.
O poema, porém, não o recordo.

Era belo, sei-o, dos mais belos já esquecidos,
daqueles cuja beleza só pode inspirar-se nas musas,
inspirados, em ti, por ti e para ti, em mim.
Sim, assim tão belo. Como tu.

Na cabeça, restam-me fracções de um belo poema,
esquecido, como se esquecem as cousas belas
e inefáveis. Urente sentimento persistindo no oblívio,

urgindo o verbo amnésico da tua beleza.
Era um belo poema, sei-o. Que outro poema poderia ser,
se eras tu o poema?

Outros artigos deste autor >

Nasceu em Macedo de Cavaleiros, Coração do Nordeste Transmontano, em 1983, onde orgulhosamente reside. Licenciado em Línguas, Literaturas e Culturas, publicou poemas e artigos na extinta fanzine “NU” e em blogues, antes de editar em 2015 o livro-objecto “Poesia Com Pota”. Português de Mal e acérrimo defensor da regionalização foi deputado municipal entre 2009-2013.
Este autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico.

Outros artigos deste autor >

O renascer da arte a brotar do Interior e a florescer sem limites ou fronteiras. Contos, histórias, narrativa e muita poesia.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts
Ler Mais

O meu coração a arder

Foto por Rudy Mancilla | FacebookVer a Amazónia arder é como ver um útero de que nunca cortamos…
Ler Mais

Fonte seca

Sou um artista… Sou um artista! Um artista sem obra, Tal fonte sem água, Fonte seca que respira…
Skip to content