Mais Interior na Europa

É comum, em período electivo, que os partidos e os seus agentes apelem à adesão às urnas; infelizmente, alguns eleitores mais desinformados vêem nisto uma estratégia de manipulação, inconscientes de que a abstenção será prejudicial apenas para os cidadãos que não exercendo o seu direito e dever de voto, se forçam, na sua inércia à subjugação a políticas que não representam, sequer remotamente, os seus interesses e direitos.

Mais abstenção e sujeição ao desinteresse de políticos rendidos aos interesses do capital, a grupos económicos e submissos aos rufias europeus, tal como nos restantes exercícios eleitorais, significa mais e maior desinvestimento nas nossas regiões, mais desertificação, mais continuidade da nossa curva descendente rumo à ostracização e ao oblívio.

Porque o Interior faz fronteira com a Europa, mas fica-lhe mais longe do que o Litoral.

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Nasceu em Macedo de Cavaleiros, Coração do Nordeste Transmontano, em 1983, onde orgulhosamente reside. Licenciado em Línguas, Literaturas e Culturas, publicou poemas e artigos na extinta fanzine “NU” e em blogues, antes de editar em 2015 o livro-objecto “Poesia Com Pota”. Português de Mal e acérrimo defensor da regionalização foi deputado municipal entre 2009-2013.
Este autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico.

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Invertem-se os tempos, extinguem-se as vontades – Parte III

"ética meritocrática: se o merecedor não é responsável por aquilo que está fora do seu âmbito, se não é obrigado a edificar um colectivo mais igualitário, qual é o seu verdadeiro mérito se todas as suas ações dependem do agricultor que o alimenta até ao técnico que se arrisca por manter as linhas elétricas? Que merecedor sem responsabilidade é aquele que é rico devido a um monte empilhado de mãos cortadas de crianças inglesas? Que oficial militar condecorado não tem responsabilidade pelo bem-estar da sociedade que fabrica jovens para o seu comando? Que herói de guerra o é, alimentado através de ração de combate anteriormente produzida por um camponês que nunca recebeu mérito por permitir ao general, ao doutorado e ao político estarem livres do trabalho árduo do campo? Ninguém deverá aguardar eticamente pelo despertar da consciência no seio de humanos que descartam uma máscara de proteção individual e recusam o cinto de segurança no automóvel: se nem a sua própria conservação os motiva a agir corretamente, o que os irá motivar a proteger os outros?"
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