O fervor de teu amor abriu em flor
Minha paixão segue as galáxias até Plutão
Tua mão macia em mim todo, acarinha minha alma.
Meus beijos colados à tua pele lançam os dados do prazer
Treme todo teu ser na plenitude dos carinhos
Numa altitude com toda a atitude.
Durmo no ninho da tua árvore
Abraças-me com ramos vestidos de líquenes
Sonho na capicua perfeita do teu nome.
Apareces nua sob a luz do Sol refletida na Lua
Começo a arfar nesse luar
Da esquerda para a direita e da direita para a esquerda.
Concretizas os sonhos despidos de perfeitos genes
E num raio de Sol sou e encontro a luz
Do beijo no teu farol.
Sinto o mundo inteiro perto do rosado rosto
Tão pintado no meu respirar calmo
Que pinga mel dos meus lábios nos teus.
A tua ausência penetra a presença em mim
Vivo o ritmo do teu pensar na minha essência de te amar
Não caio na ânsia da distância nossa.
Só deixo ir meu pensamento
Na leve entrega da minha alma sem calma
Dentro do teu coração.
Dás a mão e enches a taça vazia com cores dum novo dia
Atenta à emoção espalhas a estação das flores onde estou
Já sei o que sou.
Meu amor está pintado pela framboesa vestida numa princesa
Mais que pousar anos de incerteza e tédio sem remédio
Leio teu nome Ana da esquerda para a direita da direita para a esquerda sempre com luz solar.
Brilhas na curva do quarto crescente
Trazes no teu colo o desejo ascendente
Abanas as ondas sem turva visão na espuma marcadora da rota da paixão.
Quero amanhecer duma noite inteira a amar-te no chão
Deixar a azenha beijar a ponta mais ocidental
Do meu corpo virado ao mar.
É por ti que quero ser quem nunca fui
Sinto o corpo a estremecer
Numa outra espécie de amar.