O Ai da dor e do prazer
Do histerismo de que és acusada
O Ai do desespero
De quem nasce e de quem dá à luz
O Ai da paixão, da solidão,
Da emancipação
(Porque já toda a gente chora
Mas nem toda a gente grita)
Grita
E abre-te
Mostra-te por inteiro
Em toda a tua dolente fragilidade
O grito é toda a tua sofrida força
Conquistada por entre sangue e transformação
Por entre ansiedade e depressão
É porque és humana
Que és forte
Nossa senhora dolorosa
Da perda, dos ganhos
Da vida, da morte
Das vitórias
Das derrotas vencidas
Porque seguiste sempre em frente
Pronta para mais um grito
Para mais uma luta
Para mais um acordar.