Um ano de escolhas

Este ano, é um ano de escolhas para os portugueses e portuguesas. Começou com as eleições europeias, as regionais na Madeira e as eleições legislativas. É um verdadeiro “ano de Abril”, um ano de democracia. Nas eleições legislativas que se avizinham, estão várias prioridades em cima da mesa. Cabe a cada um de nós definir as suas para poder decidir em consciência. As minhas prioridades continuam, ano após ano a ser as mesmas. Um serviço nacional de saúde que responda às necessidades das populações, uma escola pública forte, que tenda para a formação do ser humano, que tenha como objetivo principal formar cidadãos e cidadãs. Outra preocupação que não posso de todo descartar é a diferença entre litoral e interior, sobre esta coesão territorial que teima em não chegar. Não acredito num país dividido a meio que se esquece da parte que não está à beira mar plantada, que se esquece que a vida destas pessoas conta e que os problemas da interioridade são de todo o país e não apenas de quem vive aqui.

Estas são apenas algumas prioridades, pois o todo é muito mais complexo. Acredito num país de liberdades, num país que respeita quem é diferente, num país que respeita a livre autonomia de cada um e cada uma. É essencial uma mudança de mentalidades…não basta estarem na lei alguns direitos consagrados se continuarmos a ter mentalidades de arrumar para gueto tudo que é diferente.

Os candidatos do costume no distrito no qual sou eleitor, comportam-se como nunca, e não fazem como sempre…Continuamos a perder população ano após ano, encerram serviços uns atrás dos outros e dizem-nos que “querem fazer ainda melhor”? Se fizerem melhor no que toca à perda de população, daqui a 20 anos os brigantinos ou bragançanos apenas figuram nos livros de história.

É essencial que as pessoas percebam que, como um orçamento é um conjunto de escolhas, o seu voto também o deve ser. Quem representa o distrito de Bragança na Assembleia da República está a léguas de ser parte da solução, está a léguas de sequer perceber qual é o problema. Pois bem, mudam-se os tempos mudam-se as vontades e só espero que a vontade dos eleitores do distrito esteja em inverter a tendência que nos tem levado ao abismo.

Posto isto, não baixo os braços e quero uma inversão de paradigma no distrito que me viu nascer. Acredito que precisamos de fazer acontecer, de fazer a diferença, com gente de confiança para que, como no país, a nossa força faça a diferença!

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Jóni Ledo, de 32 anos, é natural de Valtorno, concelho de Vila Flor. É licenciado em Psicologia pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, instituição onde também concluiu o Mestrado em Psicologia da Educação. Frequenta atualmente o 3ºano da Licenciatura em Economia na mesma instituição. Foi Deputado na Assembleia Municipal de Vila Flor pelo BE entre 2009 e 2021. É ativista na Catarse | Movimento Social e cronista no Interior do Avesso. É atualmente dirigente distrital e nacional do Bloco de Esquerda. É atualmente estudante de Doutoramento em Psicologia Clínica e da Saúde na Universidade da Beira Interior.

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