Os munícipes de Carregal do Sal têm assistido, nos últimos tempos, a uma luta interna do Partido Socialista. O motivo será a futura candidatura para as autárquicas de 2021, este debate é perfeitamente normal num estado democrático. Menos normal é que se use abusivamente o Centro de Saúde de Carregal do Sal e a Câmara Municipal para atacar os opositores internos e partidários e fazer jogo político.
Com a dúvida da recandidatura do atual presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal eleito pelo Partido Socialista a pairar pelo concelho, a luta dentro do partido para decidir quem é candidato à Câmara em 2021 tem estado ao rubro.
A prova disso foram as duas listas concorrentes aos órgãos internos do PS, até aqui tudo bem e muito normal. Como cidadão e como democrata, folgo em saber que existe debate interno, pluralidade e uma saúde plena no PS.
Pior é o triste espetáculo que o PS está a dar publicamente utilizando a Câmara Municipal e o Centro de Saúde para o efeito. É normal que estes debates acendam em vésperas de autárquicas, visões diferentes do futuro do concelho pode ser o motivo, mas as lutas partidárias devem ser resolvidas em casa e não utilizar instituições públicas para atacar os opositores até porque a Câmara Municipal e o Centro de Saúde não têm culpa das lutas de poder dentro do Partido Socialista concelhio.
Os comunicados de ambas instituições dirigidos a cada uma delas têm sido recorrentes na nossa praça pública nos últimos meses, o último foi nestes dias quando a Câmara fez um comunicado a reclamar de não ter sido avisada da reabertura do Centro de Saúde, mas quando o Centro de Saúde fechou quem o comunicou foi a Câmara. Isto mostra um triste espetáculo de quem nos governa e de quem nos quer governar. Mostra falta de coordenação entre duas instituições que servem o cidadão, mas onde a culpa é do PS. Quem perde é o concelho, não duvidem disso.
A falta de ética e de moral do Partido Socialista em Carregal do Sal está bem visível quando não têm a capacidade de resolver os seus problemas em casa e vêm para público, utilizando o Centro de Saúde e a Câmara, resolvê-los ou agrava-los.
Como membro da Assembleia Municipal de Carregal do Sal pouco me importa os problemas internos do PS, mas isso sai dessa esfera quando vemos duas instituições que são de todos a serem utilizadas como armas de arremesso partidário.
A situação é triste, lamentável e devia envergonhar os protagonistas. Ao fim de contas pregam moralidade, ética e a defesa do concelho praticamente todos os dias e esta cena não faz mais nada que envergonhar e fragilizar o Município de Carregal do Sal por culpa de uma luta interna que não é do concelho, mas sim de um partido. Mais grave ainda é que, no exercício para o qual fui eleito como membro da Assembleia Municipal, seja achincalhado pelos representantes autárquicos por denunciar publicamente problemas que afetam o concelho, vejam bem. Mas afinal de contas, os outros resolvem assim os problemas.
“Faz o que eu digo e não o que eu faço”
Diego Enrique Rodrigues Garcia, nasceu no dia 1 de Agosto de 1992 em Ourense, na Galiza. Desde 2009 que reside continuamente em Portugal, na região da Beira Alta.
Ativista social e independentista galego, está ligado ao movimento associativo na área ambiental, do bem-estar animal e da juventude. Dirigente do Bloco de Esquerda no distrito de Viseu
Atualmente a realizar uma licenciatura em Estudos Europeus na Universidade Aberta.