O grande problema do Orçamento Municipal para 2021 é que é extremamente semelhante ao de 2018, 2019 e 2020. 

O Orçamento Municipal para 2021 traz poucas novidades, algumas importantes e necessárias, mas que vêm tarde. Por exemplo, o reforço de 33% das verbas às freguesias, quando sabemos que estão cronicamente sub financiadas e conhecemos a importância de proximidade que representam sobretudo numa altura de crise social, e a aquisição do autocarro para usufruto do município e das associações que assim o precisem. há muito esperado. De resto, continuamos a ver as mesmas medidas que vimos no Orçamento de 2018, o primeiro deste mandato. 

O Bloco votou contra este Orçamento, também por uma questão de princípio porque consideramos que o Estatuto de Oposição foi claramente desrespeitado, já que não fomos devidamente ouvidos para a construção deste documento, tal como recomenda o Estatuto. Mas também porque não traz nada de novo para além das obras que já vêm sendo orçamentadas desde 2018, por exemplo: as ETAR, as ciclovias, a requalificação do mercado, entre outras. 

O Bloco apresentou um conjunto de propostas, tal como costuma fazer todos os anos, e foram enviadas ao Executivo e aos restantes partidos com assento nesta Assembleia Municipal. Algumas das propostas nem representariam uma grande verba: Muitas eram a criação de Plano Estratégicos, como na área do bem-estar animal, da habitação, da mobilidade, para que os orçamentos não sejam também só medidas avulsas e sim que representem um caminho a percorrer.

É bom lembrar que o Bloco votou a favor do Orçamento de 2019 porque incluiam várias propostas sugeridas por nós, tal como a construção do Centro de Recolha Oficial de Animais (que está em fase de conclusão), a criação de um Gabinete do Cuidador Informal (que não saiu do papel), a esterilização de animais (como as colónias de gatos) e o agravamento do IMI para prédios de devolutos ou abandonados. 

Agora, neste último orçamento do mandato, o Executivo decidiu pedir alguns empréstimos para concluir as obras que estão a ser orçamentadas desde 2018, quando a narrativa da Câmara Municipal era que nunca iria endividar a autarquia, tal como fizeram os antecessores. Atenção, que o Bloco decidiu votar a favor dos pedidos de empréstimo porque consideramos que algumas obras são extremamente necessárias desde 2018, e não só agora, como o são as ETAR.

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Diego Enrique Rodrigues Garcia, nasceu no dia 1 de Agosto de 1992 em Ourense, na Galiza. Desde 2009 que reside continuamente em Portugal, na região da Beira Alta.
Ativista social e independentista galego, está ligado ao movimento associativo na área ambiental, do bem-estar animal e da juventude. Dirigente do Bloco de Esquerda no distrito de Viseu
Atualmente a realizar uma licenciatura em Estudos Europeus na Universidade Aberta.

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