Tendo em conta que a guerrilha digital, promovida pelos saudosos dos tempos do fascismo, está ao rubro, ocupando grande parte do debate político, deixo aqui alguns truques para evitarmos o intoxicamento. Ora! Antes de mais, devemos perceber se há alguém dentro dos nossos armários com tendência para o miserabilismo. Perceber se há alguém na nossa família que queira, por exemplo, fazer parte dos portugueses de boa vontade. Como democratas, devemos analisar serenamente as suas crenças e traumas, conhecer tais convicções profundamente e apoiar tal membro no processo de regresso ao presente; ao século XXI. A ideia é tratar os outros como desejamos que nos tratem a nós e encontrar posições vantajosas, pois viver com um facho introvertido obriga-nos a um trabalho pessoal muito importante para nos munirmos de “armas” tónicas e fortalecedoras que proporcionem paciência e saúde mental e emocional. O trabalho não vai ser fácil… Tal como com os familiares, é preciso substituir as ideias negativas (do nosso ponto de vista) dos nossos amigos (inclui universo das redes sociais) e conhecidos vários. Para o conseguir, há uma estratégia infalível que ajuda em tal processo: ignorar. Deixar de comunicar com tal gente. “Desamigar” caso seja única e simplesmente um amigo virtual; abandonar caso seja daqueles que raramente vemos ao perto (o covid também trouxe coisas boas)! Teremos de ser firmes, convictos de que vamos conseguir concluir o processo de Abril, procedimento que, pelos vistos, ainda mal começou. Analisando bem, só passaram quarenta e sete anos…! Se agirmos como se tal gente já estivesse em plena mudança de perspetiva ou de tendência (não se esqueçam que temos uma integridade que nos dota de autoridade moral), devemos ir lembrando que vivemos numa democracia e que devemos respeitar a lei suprema, a constituição, que diz, logo no seu artigo primeiro, que Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Se assim agirmos, mais tarde ou mais cedo, conseguiremos impor (de forma democrática, claro) a razão e a liberdade como virtudes éticas. Nunca esquecer que foram certas virtudes, como a prudência, a justiça, a força (valor, coragem, bondade), a temperança e a resiliência que fizeram deste pobre País um Estado (ainda pobre, é verdade), que “preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos” (artigo 7º da Constituição). Nota final: porque sabemos que a nossa mente não está apenas no nosso cérebro, mas em cada um dos nossos neurónios e em milhões de células do nosso corpo; dos nossos corpos, mantenhamo-nos unidos e despertos contra este vírus do mal que tem vindo a aparecer – cirurgicamente – nos nossos espaços virtuais.
Nasceu e cresceu em Viseu, no seio de uma família com fortes raízes na cidade. Vive em Lisboa desde 2007 e desenvolve o seu trabalho como empresário em nome individual. É dirigente associativo desde muito novo, estando ligado à política, ao desporto e à economia.