Apesar do programa de desinflação (desaceleração do aumento dos preços) planeado pela União Europeia, o custo de vida não para de aumentar, sendo, hoje, maior do que o valor real dos salários recebidos.
No início da odisseia, em 01 de janeiro de 2002 (altura em que os portugueses foram obrigados a abandonar o escudo), os comerciantes, ao aplicarem a técnica do arredondamento para cima, fazendo com que os preços dos bens aumentassem consideravelmente, complicaram a vida dos portugueses. A somar a este chico-espertismo tipicamente português, a lei europeia fez com que o banco de Portugal perdesse toda a autonomia e todos os instrumentos para resolver as fragilidades de uma economia assente numa sociedade sem fortuna; sem capital, que se obriga a um sistema extremamente competitivo (neoliberalismo). Sabendo que pessoa alguma pode viver bem, ou sequer viver, a menos que tenha as coisas essenciais (ética nicomaqueia ou os valores de uso), qualquer governo, dito socialista, deveria proporcionar felicidade à sociedade… Porém, desde há muito, desde que as crises são pandémicas e a realidade obscura, que os governos do bloco central têm permitido que os agentes económicos abram portas à desregulamentação; no curto prazo, a uma possível estagflação. Caso a estratégia Portugal 2030, que aplicará o Quadro Financeiro Plurianual (Portugal 2030) e o Next Generation EU, que beneficiará a economia de um envelope financeiro que poderá atingir os 64 mil milhões de euros (onde se insere o Plano de Recuperação e Resiliência, que obriga a que 37% do valor global esteja afeto a reformas e investimentos que contribuam para o combate às alterações climáticas e que, pelo menos, 20% seja afeto a investimentos e reformas no âmbito da transição digital) não tiver em conta o controlo sobre um eventual superaquecimento da economia, a partir de uma possível expansão excessiva da procura (pressão inflacionista) e, por contraponto, da redução da oferta (confinamento por parte dos produtores, redução da atividade e do desemprego), os portugueses arriscam-se a ser vítimas de mais uma falha do sistema, que permitirá o contínuo aumento, galopante, dos preços dos bens e das mercadorias. Porque os níveis do emprego e da atividade económica (que tem como propósito cobrir as necessidades humanas) estão estagnados, o governo tem de aplicar regras que evitem tais aumentos absurdos, pois o mercado deve beneficiar as pessoas, reforçar os ganhos entregues à sociedade, à economia e ao ambiente «conduzindo a uma mudança estrutural e a um impacto duradouro da resiliência económica, social e territorial, da sustentabilidade, da competitividade a longo prazo (transições ecológica e digital) e do emprego.»
Nasceu e cresceu em Viseu, no seio de uma família com fortes raízes na cidade. Vive em Lisboa desde 2007 e desenvolve o seu trabalho como empresário em nome individual. É dirigente associativo desde muito novo, estando ligado à política, ao desporto e à economia.