Um dos resultados extraordinários obtidos pelo projeto político União Europeia (EU) foi a ligação pacífica entre as diversas culturas; entre os povos europeus. Fartos de conviver com o racismo, com a xenofobia e a barbárie; de avançar por campos minados, os europeus perceberam que os únicos caminhos a percorrer seriam os da democracia e da paz e da solidariedade! Do socialismo. E assim foi! No final dos anos quarenta os europeus acordaram, percebendo que os frequentes conflitos sangrentos entre vizinhos e preconceitos, estupidez e narcisismo, não podiam mais perdurar… criando-se um espaço onde se viveria num ambiente de paz e estabilidade que até há pouco tempo se considerava um dado adquirido.
Passado algumas crises impostas, as preocupações presentes da UE assentam nas regras e nos efeitos nefastos que os neoliberais impuseram ao mundo:
a competitividade global (austeridade competitiva), o terrorismo alimentado pelos Estados Unidos da América e Rússia; o medo atroz de se comprometer as condições sociais, económicas e culturais (que permitem o exercício livre e a autodeterminação política), o trabalho e a migração sem regras. Hoje em dia, tal como nos anos trinta, há violência nas ruas (nas redes sociais) e a sociedade está cada vez mais dividida. As pessoas veem o que está a acontecer, nada fazendo para impedir que certos movimentos xenófobos cresçam eleitoralmente, fazendo lembrar a história recente do declínio político alemão (1930 – 1933), da democracia na europa do século vinte. Na altura, os alemães não sabiam o que iria acontecer, mas agora, quando olham para trás, entendem qual foi o ponto de viragem: a ignorância. Atualmente, a democracia está a ser desafiada e ameaçada em muitos países, projetando-se situações paralelas àquilo que levou a Europa ao holocausto, a um período que tem muito para nos ensinar se quisermos preservar e defender o que resta da democracia dos dias de hoje. Por todos nós, esperemos que os donos dos políticos Goldman parem, uma vez por todas, de dar cabo disto tudo. Que o Eurogrupo, farto de burocratas e de tecnocratas não eleitos, pare de encher os bolsos dos banqueiros trapaceiros e falidos e que ponha termo aos subsídios a partidos que pretendem o reforço dos negócios da austeridade e do medo. Do retrocesso! Uma coisa é certa, Camaradas: se a coisa não mudar, de uma ou de outra forma, o comum dos mortais continuará a sentir, cansado, o peso da magnitude das crises; das ondas infinitas de transformação que recriam sucessivas mudanças bruscas e que alteram os hábitos e as necessidades das famílias, dos cidadãos. De períodos violentos impostos que não resolverão os problemas do passado, sendo que a próxima desordem não resolverá os problemas do presente (o capitalismo reinventa-se), uma vez que todo o lixo neoliberal perdurará. Tal como nós, apesar de todos os truques, conflitos e remédios santos para branquear a história, ninguém, em parte alguma, deste mundo sem fronteiras, se esquecerá da austeridade, dos neoliberais, dos fascistas, dos nazis.
Nasceu e cresceu em Viseu, no seio de uma família com fortes raízes na cidade. Vive em Lisboa desde 2007 e desenvolve o seu trabalho como empresário em nome individual. É dirigente associativo desde muito novo, estando ligado à política, ao desporto e à economia.