Segundo os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) sobre o mercado cinematográfico em Portugal de 2020, as salas portuguesas de cinema receberam 3.773.648 milhões de espectadores (perfazendo uma média de 0,37 espectadores por habitante). Trata-se de uma descida de 75,7%, ou seja, cerca de menos 11,7 milhões de espectadores do que em relação ao ano transato.
Segundo o relatório do ICA, “estas informações têm de ser lidas à luz de um ano marcado por profundos constrangimentos neste setor de atividade, decorrentes das medidas excecionais resultantes da situação pandémica que afetou profundamente o normal funcionamento dos recintos de cinema.”
Em 2020 há 10 meses que representam uma quebra, entre março e dezembro, do número de espectadores e da receita bruta de bilheteira, esta última foi de 20,4 milhões de euros, representando um decréscimo de 75,4%, menos 62,7 milhões do que o registado no ano de 2020. Devido à pandemia da COVID-19 os meses de abril e maio registaram uma quebra de 100% com zero espectadores devido ao confinamento obrigatório. O primeiro mês pós-COVID, em junho, apenas 13 mil espectadores foram ao cinema tendo-se registado um aumento gradual no regresso às salas. O melhor mês pós-COVID foi setembro com mais de 363 mil espectadores. 2020 foi o pior ano para as salas de cinema portuguesas nos últimos 10 anos e certamente um dos piores que há memória.
Em 2020 foram estreadas 230 longas-metragens, 75 das quais com origem nos EUA e 117 de origens europeia. Os filmes norte-americanos foram vistos por 63,85 do total de espectadores e os europeus por 16,8%.
Segundo o ICA, no ano de 2020 foram produzidas 49 obras cinematográficas nacionais com o apoio financeiro do ICA, das quais 25 longas-metragens (11 de ficção, 13 documentários e 1 animação) e 24 curtas-metragens (14 de ficção, 6 de animação e 4 documentários), verificando-se, em relação ao ano anterior, menos 17 obras produzidas, ou seja, um decréscimo de 26%.
O filme “1917”, de Sam Mendes, foi o mais visto em 2020, registando mais de 330 mil espectadores. Seguem-se “Bad Boys para sempre” (259,578 espectadores), “Birds of Prey (e a Fantabulástica Emancipação de uma Harley Quinn)” (165,633 espectadores), “Tenet” (147,810 espectadores), “Sonic: O Filme” (144,736 espectadores).
No ranking dos filmes nacionais mais vistos, encontra-se em primeiro lugar “Listen”, de Ana Rocha de Sousa, com 41,403 espectadores, em segundo “O Filme de Bruno Aleixo”, de Pedro Santo e João Moreira, com 24,190 espectadores, e em terceiro lugar “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, de João Botelho, com 11,971 espectadores. “Ordem Moral”, de Mário Barroso, com 11,011 espectadores, “O Fim do Mundo”, de Basil da Cunha, com 3,746 espectadores, e “Mosquito”, de João Nuno Pinto, com 3,650 espectadores, ocupam o quarto, quinto e sexto lugares respectivamente.
Número de espectadores em salas de cinema portuguesas / Receita bruta (2011-2019):
2011 – 15,7 milhões / 79,9 milhões de euros
2012 – 13,8 milhões / 73,9 milhões de euros
2013 – 12,5 milhões / 65,5 milhões de euros
2014 – 12,1 milhões / 62,7 milhões de euros
2015 – 14,5 milhões / 74,9 milhões de euros
2016 – 14,9 milhões / 76,7 milhões de euros
2017 – 15,6 milhões / 81,6 milhões de euros
2018 – 14,7 milhões / 78,6 milhões de euros
2019 – 15,5 milhões / 83,1 milhões de euros
2020 – 3,77 milhões / 20,4 milhões de euros
Se disséssemos que éramos um bando de miúdos, um tanto sonhadores, que queriam fundar um site para escrever sobre cinema e que, por algum desígnio divino, pudéssemos fazer da vida isto de escrever sobre a sétima arte, seria isso possível? A resposta é óbvia: dificilmente. Todavia Isso não impediu o bando de criá-lo em 2008, ano da fundação do Cinema Sétima Arte. O espírito do western tinha-se entranhado em nós…
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