Pouco mais de 386 mil espectadores foram ao cinema até maio

Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) retomou a sua newsletter mensal sobre o mercado cinematográfico em Portugal, revelando os dados relativos a 2021. De janeiro até 31 de maio deste ano, foram aos cinemas portugueses 386.518 espectadores e contabilizaram-se 2,1 milhões de euros de receita de bilheteira, o que representa uma quebra de 84,9% e de 84,5% respectivamente, face ao mesmo período de 2020.

Segundo o ICA, devido ao contexto pandémico, “entre 15 de janeiro e 18 de abril, não houve sessões de cinema durante um período de 93 dias. Desde a abertura dos recintos em 19 de abril, os valores semanais de afluência às salas de cinema ainda se encontram abaixo dos valores anteriores à pandemia.”

Em 2020, os recintos de cinema estiveram encerrados entre 18 de março e 1 de junho (75 dias), sendo de realçar que nos dois primeiros meses do ano se registou um crescimento do número de espectadores na ordem dos 12,5%. Ou seja, mais 250 mil espectadores do que no mesmo período de 2019.”

Devido ao encerramento das salas de cinema, logo no início de 2021, foram apenas vendidos pouco mais de 25 mil bilhetes no mês de janeiro e em fevereiro foram zero vendas. Com a reabertura das salas a 18 de abril, o mês da liberdade registou 61.642 espectadores e em maio foram ao cinema 299.601 espectadores, registando 1,6 milhões de euros de bilheteira.

Segundo o ICA, “Nomadland – Sobreviver na América” lidera o ranking dos filmes mais vistos até 31 de maio de 2021, com 51.229 espectadores. O filme de animação da Disney “Raya e o Último Dragão”, com 37.644 espectadores, é o segundo mais visto do ano. Seguem-se “O Pai”, com 36.215 espectadores, “Godzilla vs Kong”, com 32.469, e “Tom & Jerry”, com 31.982.

Já no ranking dos filmes portugueses mais vistos de 2021, “Listen” (que estreou em outubro de 2020) lidera com 1132 espectadores, seguido de “Prazer, Camaradas!” com 793 espectadores, até agora o único filme português que estreou nas salas de cinema em 2021. “O Ano da Morte de Ricardo Reis” é o terceiro filme mais visto com 201 bilhetes vendidos (estreou em outubro de 2020).

Quanto à produção de obras nacionais apoiadas pelo ICA, foram concluídas 18 longas-metragens (8 de ficção e 10 documentários) e 8 curtas-metragens (4 de ficção, 1 documentários e 3 animação), o que representa um decréscimo de 10% do número de obras face ao período homólogo do ano anterior.

Segundo o ICA, no ano de 2020 foram produzidas 49 obras cinematográficas nacionais com o apoio financeiro do ICA, das quais 25 longas-metragens (11 de ficção, 13 documentários e 1 animação) e 24 curtas-metragens (14 de ficção, 6 de animação e 4 documentários), verificando-se, em relação ao ano anterior, menos 17 obras produzidas, ou seja, um decréscimo de 26%.

Quanto às exibidoras, de um modo geral acusaram quebras acima dos 80% tanto em receitas como em espectadores, exceto a Medeia Filmes (Cinema Nimas, em Lisboa) e a Nitrato Filmes (Cinema Trindade, no Porto), que registaram perdas no valor de 38% e 39,6%, respectivamente, face ao período homólogo de 2020.

Publicado por Cinema Sétima Arte a 9 de junho de 2021

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Se disséssemos que éramos um bando de miúdos, um tanto sonhadores, que queriam fundar um site para escrever sobre cinema e que, por algum desígnio divino, pudéssemos fazer da vida isto de escrever sobre a sétima arte, seria isso possível? A resposta é óbvia: dificilmente. Todavia Isso não impediu o bando de criá-lo em 2008, ano da fundação do Cinema Sétima Arte. O espírito do western tinha-se entranhado em nós…
“A atividade crítica tem três funções principais: informar, avaliar, promover”. É desta forma que pretendemos estimular o debate pelo cinema.
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Portuense mas reside em Viseu desde 2015 e é apaixonado por cinema e política. É administrador do site Cinema Sétima Arte, programador de cinema no espaço Carmo 81 e fez parte da equipa que reabriu o Cinema Ícaro, em Viseu, com o Desobedoc 2018. É ativista na Plataforma Já Marchavas, que organizou a 1.ª Marcha LGBTI+ de Viseu, em 2018.

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