O CENA-STE (Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos) convocou uma manifestação nacional para o dia 4 de junho intitulada de “Parados, nunca calados”, para protestar contra a inacção e falta de respostas e apoios aos trabalhadores da cultura, um sector em que “os seus trabalhadores continuam a afundar-se, sem perspectivas nem soluções de fundo para o presente e para o seu futuro, que é o da Cultura em Portugal.”
A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) levou ao encerramento de todos os espaços culturais e de toda a atividade artística em todas as áreas da cultura, revelando um setor que sempre foi frágil, precário e indefeso. A situação é dramática tendo atingido o sector e em particular os seus trabalhadores.
A Aip (Associação De Imagem Portuguesa | Cinematografia Portuguesa) é uma das muitas associações que vai participar na manifestação do dia 4 de junho. Em comunicado escreveram o seguinte texto sobre o setor do audiovisual: “A total desproteção social dos assalariados a recibo verde. A lei dos intermitentes do espetáculo e da cultura é uma necessidade imperiosa e uma obrigação que o estado tem de resolver. O atual sistema não protege o artista, nem o técnico, nem o empresário liberal. Vive-se numa precariedade selvagem sem proteção do estado e que com isso leva a situações impensáveis como recorrer a atos de caridade. Esperemos que este grito de alarme tenha consequências claras. Esta condição de intermitente não nos pode retirar o que é de mais fundamental numa sociedade civilizada, ou seja, a igualdade de direitos e a uma vida condigna. Esperemos que seja desta que se venha a conquistar uma legislação que venha a trazer justiça a estes cidadãos.”
A manifestação nacional vai realizar-se às 18h em Lisboa (no Rossio), no Porto (na Avenida dos Aliados) e em Faro (nas escadarias do Teatro Lethes).
Manifesto
#ParadosNuncaCalados
#quarentenaMasNãoNosDireitos
#ManifestaçãoNacionalTrabalhadoresCulturaArtesEspectaculoAudiovisual
Passaram três meses desde que a pandemia mudou a vida de todos e de forma muito violenta a dos músicos, trabalhadores de espectáculos e do audiovisual. Num sector em que domina a precariedade, os efeitos são catastróficos e à medida que o tempo passa, sem que sejam tomadas medidas de emergência e de fundo, as consequências são cada vez mais devastadoras e auguram um efeito prolongado sobre a vida dos profissionais e sobre a Cultura.
O CENA – STE, logo que os primeiros espectáculos foram cancelados, procurou recolher informação sobre os cancelamentos e os seus efeitos. Encontrou, como antevia, um sector precário, empobrecido e indefeso, um sector que carece há muito tempo de um enquadramento legislativo adequado, que tenha em conta as suas características.
Desenvolvemos e apresentamos ao Ministério da Cultura um caderno de medidas que procuram responder aos problemas urgentes, mas também a problemas antigos, que tardam em ser resolvidos.
Infelizmente, a resposta às nossas propostas e reivindicações tem sido pouco mais que o silêncio. Enquanto o Ministério da Cultura e o Governo adiam decisões de fundo, milhares de trabalhadores viram já os seus rendimentos suprimidos ou drasticamente reduzidos e não antevêem qualquer protecção nos tempos próximos, que se adivinham sombrios.
Porque este é o momento de reforçar a unidade e a luta, porque este é o momento de dizer com clareza o que queremos para a Cultura e para os seus trabalhadores tomamos a rua numa Manifestação Nacional, dia 4 de Junho, às 18h no Rossio em Lisboa, na Avenida dos Aliados no Porto e nas escadarias do Teatro Lethes em Faro.