Compreendo quem de esquerda não se revê nas promessas de unidade nacional revestidas na defesa de um espírito constitucional em que a letra não coincide com o real ou com a verdade. Mesmo quando essa nostalgia de unidade se confunde na unidade da classe trabalhadora com todas as suas representações tantas vezes sintetizadas na heteronormatividade do homem branco trabalhador. Compreendo também que a essa multitude não a seduza particularmente a ladainha da soberania nacional e do desenvolvimento centralizado numa mão cheia de instituições.
Com todo o respeito pelos candidatos acima descritos compreendo que a única candidatura na qual se podem rever os que procuram um país livre como território de múltiplas pertenças e partilhas seja a de Marisa Matias . É a promessa do vermelho em Belém que serve de sustentação para a defesa de todo o arco-íris. A terra da liberdade e da igualdade não se alcança pelo relativizar do direito à autodeterminação de todos e de cada um a prejuízo da igualdade; nem se materializa sem colocar em causa o sistema capitalista a partir do qual se estruturam todas as assimetrias e desigualdades.
Nasce em 1986 e habita nesse território geográfico e imaginário que é o Interior. Cresce em Viseu e faz a sua formação universitária na Covilhã, cresce tendo a Serra da Estrela como pano de fundo. As suas áreas de interesse académico são a filosofia, a política e a literatura. Actualmente está a terminar um doutoramento em filosofia.