Projeto Sentinelas já conta com 13 grifos marcados para detetar ameaças contra a biodiversidade

Um dos exemplos de grifo a ser libertado após a marcação | Foto por Gianpiero Lacovelli | Palombar
Um dos exemplos de grifo a ser libertado após a marcação | Foto por Gianpiero Lacovelli | Palombar
Um dos exemplos de grifo a ser libertado após a marcação | Foto por Gianpiero Lacovelli | Palombar
A rede de sentinelas de combate ao uso ilegal de venenos e outras ameaças para a biodiversidade criada no âmbito do projeto Sentinelas (www.sentinelas.pt) conta já com 13 grifos marcados com dispositivos GPS-GSM e/ou anilhas. Ao todo, desde o início do projeto, em 2019, foram colocados emissores GPS-GSM e anilhas em dez indivíduos e apenas anilhas noutros três.

Na quinta-feira dia 23 de julho de 2020, foram marcados seis grifos adultos na Zona de Proteção Especial (ZPE) Rios Sabor e Maçãs da Rede Natura 2000, no concelho de Vimioso, dos quais em cinco foram colocados emissores e anilhas PVC e metálicas, e num apenas as anilhas. Para além da marcação, foram registadas várias biometrias e colhidas diversas amostras biológicas dos exemplares para análise. Nas ações de captura e marcação estiveram presentes técnicos da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural e investigadores da Universidade de Oviedo (Espanha), parceira do projeto.

Estes seis grifos juntam-se agora aos sete que já tinham sido marcados no dia 18 de novembro de 2019 na ZPE Douro Internacional e Vale do Águeda, alargando, desta forma, a capacidade da rede de sentinelas do projeto. A marcação dos animais no âmbito deste projeto sofreu atrasos significativos devido à pandemia de COVID-19 e está ainda previsto serem marcados brevemente grifos com emissores GPS-GSM e anilhas nas ZPE Serra do Gerês e Montesinho/Nogueira.

Os emissores GPS-GSM emitem frequentemente as posições dos animais e permitem que a equipa técnica do projeto Sentinelas monitorize continuamente os indivíduos, possibilitando, assim, detetar, atempadamente, potenciais ameaças.

A rede de grifos marcados do projeto Sentinelas funciona, desta forma, como um “radar” e assegura não só a identificação do uso ilegal de venenos, como outros riscos relacionados com a intoxicação por diversos contaminantes ambientais, mortalidade em linhas elétricas e/ou parques eólicos e abate a tiro, as quais constituem algumas das ameaças mais importantes para várias aves de rapina com hábitos necrófagos, em particular, e para a biodiversidade, em geral.

 

Sobre o projeto Sentinelas

‘Sentinelas – marcação e seguimento de grifos Gyps fulvus como ferramenta de combate ao uso ilegal de venenos em Portugal’ é um projeto da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e da Transição Energética no seu primeiro ano (2019) e desenvolvido em territórios da Rede Natura 2000. Tem como parceira a Universidade de Oviedo, em Espanha.

O principal objetivo do projeto é criar uma rede de espécies-sentinelas que possibilite obter informação e combater o uso ilegal de venenos em Portugal, o qual representa um sério problema para a conservação da biodiversidade, dos ecossistemas e para a saúde pública.

No âmbito deste projeto, pretende-se alargar e reforçar a rede de parceiros, bem como unir esforços com vista a combater de forma mais eficaz o uso ilegal de venenos e outras formas de furtivismo em Portugal.

 

Publicado por Palombar a 30 de julho de 2020.

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A Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 2000, que tem como missão conservar a biodiversidade, os ecossistemas selvagens, florestais e agrícolas e preservar o património rural edificado, bem como as técnicas tradicionais de construção. A associação, que atua orientada por uma abordagem pedagógica e de cooperação, promove também a investigação científica nas áreas da Ecologia, Biologia da Conservação e Gestão de Ecossistemas, a educação ambiental, o desenvolvimento das comunidades e a dinamização do mundo rural.

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