O eucalipto não tem lugar no HotSpot de Biodiversidade

eucalipto palombar

A equipa da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural está a realizar ações de eliminação e controlo de eucaliptos (Eucalyptus globulus) nos terrenos do HotSpot de Biodiversidade com o objetivo de remover esta espécie nociva dos solos e promover a floresta autóctone, através da plantação de várias espécies nativas como o zimbro, espécies do género Quercus, freixo, entre outras.
O eucalipto, originário da Austrália, é uma espécie invasora muito prejudicial. O eucalipto promove “uma dramática redução da biodiversidade do território” e provoca “autênticos desertos à sua volta”, concluiu o estudo “Inhibitory effects of Eucalyptus globulus on understorey plant growth and species richness are greater in non‐native regions” publicado na revista Global Ecology and Biogeography em 2017. As substâncias químicas presentes nas folhas dos eucaliptos impedem o crescimento das raízes de outras espécies nativas, mostrou a investigação. Adicionalmente, o eucalipto consome água em excesso e contribui de forma significativa para a propagação de incêndios. Em Portugal, esta espécie foi introduzida com foco na indústria, sendo o seu cultivo em monocultura destinado sobretudo à produção de pasta para papel.
O HotSpot de Biodiversidade é um projeto da AEPGA – Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino desenvolvido em parceria com a Palombar que tem como grande objetivo restaurar e promover a salvaguarda da biodiversidade no Sítio de Importância Comunitária Rios Sabor e Maçãs, abrangido pelos concelhos de Vimioso e Mogadouro, através da criação de uma micro-reserva onde serão aplicadas medidas de conservação em habitats prioritários, restauro ecológico em áreas artificializadas e campanhas de educação ambiental.
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A Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 2000, que tem como missão conservar a biodiversidade, os ecossistemas selvagens, florestais e agrícolas e preservar o património rural edificado, bem como as técnicas tradicionais de construção. A associação, que atua orientada por uma abordagem pedagógica e de cooperação, promove também a investigação científica nas áreas da Ecologia, Biologia da Conservação e Gestão de Ecossistemas, a educação ambiental, o desenvolvimento das comunidades e a dinamização do mundo rural.

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